Caderno de poesias.

Novembro 25, 2006 at 11:29 am 3 comentários

Ele há dias que nos dá para recordar. Hoje peguei no meu velhinho, e curto, caderno de “poesias”, onde escrevia os meus textos quando nada havia para fazer. Talvez tivesse na ideia um dia vir a ser escritor, e seria sempre bom ter ali uns quantos textos à mão para adiantar trabalho… Enfim. Hoje partilho aqui um dos que mais prazer me dá a lêr. Simplesmente porque me saíu bem! Lol… Já o tinha escrito num antigo blog que tive. Mas hoje é um dia para recordar…
Um dia tentei ser poeta.
Escrevi linhas e linhas de palavras cruzadas,
mas bastava uma frase incompleta
para tornar tantas ideias imaginadas,
num vulgar texto sem rumo.
Mas pego na caneta e assumo
a condição de um poeta.
Desenhei sentimentos com um simples traço.
Cravei letras desorganizadas numa folha branca,
tal como uma porta que se tranca,
e deixando-as ali tão unidas como um abraço,
abandonei-as, naquele curto espaço.
E uma ideia sem sorte
bastava para deixar o poema sem norte.
Mas um dia, tentei ser poeta.
Escrever ao menos a letra de uma música
para depois – era a minha meta! –
pegar na guitarra e calado cantá-la.
E no silêncio escutá-la.
Ouvi-la num suave momento, como se fosse assim
o tempo que se acende uma vela
e onde tudo se transforma, em ti e em mim…
Mas uma palavra bastou,
onde o sentido, perdido, não se ligou,
e o poema acabou.

É que um dia, tentei ser poeta. Mas os versos calaram o meu poema e ninguém mais soube dele. Então comecei a escrever prosa. Só que à prosa ninguém dá valor! Só às palavras cruzadas de um poeta… Mas talvez um dia, o teu olhar atento encontre por fim esse meu poema perdido no tempo.

…e acabe por fim esta dor,
de um poema onde falta a última palavra:
o teu amor.

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Ser feliz onde estivermos. Sorrio.

3 comentários Add your own

  • 1. Rui  |  Novembro 25, 2006 às 7:39 pm

    Retoma a veia poética porque este poema tá fixe.
    Também eu, em tempos, dei asas à minha criatividade mas também me fui deixando disso. Eu era mais na base das quadras.
    Mas força. Gostei.
    Se tiveres mais, partilha!
    Ser poeta é um estado de alma
    É revelar o pensamento
    Meu caro tem lá calma
    Não te vou cortar o momento…
    Rui Almeida

    Responder
  • 2. Cadinhas  |  Novembro 26, 2006 às 8:59 pm

    E DIZES TU QUE EU TENHO VEIA POETISA OU LA O Q EH!!! TU DEDICA-TE A ISSO!…. UM DIA TENTASTE SER POETA?? PARA MIM JA ES UM CONCEITUADO POETA!!!
    PODIAS-ME DAR UM AUTOGRAFO PARA EU DEPOIS O VENDER, QUANDO FORES CONHECIDO!
    MAS A SERIO… PARABENS! TA LINDO!! SUPEROU TUDO O QUE EU ACHAVA QUE ESCREVIA DE JEITO……

    Responder
  • 3. Bela  |  Agosto 16, 2008 às 2:07 pm

    Numa Palavra: BRILHANTE!
    Poderia dizer mais coisas, mas nenhuma palavra descreve tão bem este poema como esta!

    Beijo

    Responder

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